Diário de ocupação - Nossa resposta sobre a depredação da escola

Creio que a todos que aqui estão, ocupando a escola, boatos que correram sobre a depredação da mesma causaram grande enfado. Ficamos tristes com muitos dos comentários que fizeram, antes mesmo de verificarem se estes tinham algum fundamento, se eram verídicos ou apenas baseados em alguma falsa opinião. Desde as vésperas da ocupação (que ocorreu quarta-feira 18-05), o Grêmio Estudantil Apolinário e todos os alunos vem se mobilizando para que esta ocorresse com sucesso. Nossa presidente, Júlia Carolina, ficou correndo de um lado para outro, sem comer e sem descansar por dias, assim como todos os envolvidos. Corremos de cima para baixo o tempo todo, fazendo a cada dia que passa, da escola o nosso segundo lar. Consertando, limpando, arrumando, esfregando, cozinhando, revezando, explicando, palestrando, dialogando, fotografando, cuidando e amando, cada cantinho da nossa escola. Até mesmo aqueles que todos julgavam maus alunos, se transformaram, pegaram as vassouras, saíram limpando o pátio, pegaram esponjas, saíram limpando banheiros, arremangaram as mangas e passaram limpando tudo ao redor. Todos conversando, todos interagindo, planejando formas de transformar nossa escola em um lugar muito melhor. Os nossos pais, nos apoiando o tempo inteiro; alguns pais de longe, recomendando "Coma direito! Pegue um casaco!", outros mais de perto nos perguntando "Precisam de alguma coisa? Quer que eu traga algo?". A comunidade em peso, nos auxiliando, as pessoas, os professores, os pais e até mesmo a igreja. Todos se mobilizando, para transformar nossa escola em um lugar melhor. Tivemos tanto trabalho, desde o primeiro dia, fizemos tanto por nós e por ela (a nossa escola), que ler ou ouvir algo do tipo só nos causou revolta. A única coisa que foi destruída nessa escola durante a ocupação foi um muro, chamado INDIVIDUALISMO. Agora, somos coletivo. Agora, somos um todo. Percebemos que a escola é bem mais do que um prédio, a escola somos nós e é por nós que lutamos. Deixamos de pensar em nós mesmos como centro e passamos a pensar em nós como parte de algo, somos parte um dos outros, dos que lutam conosco, dos que tem medo de lutar, dos que pedem melhoras, dos que apoiam como da, daqueles que votaram SIM e foram para o lado certo, daqueles que repetem não mas também estão incertos. Somos parte disso tudo e juntos somos mais fortes. Não estamos destruindo nada aqui, estamos melhorando. Isso aqui é nosso, agora bem mais que nunca, amamos essa escola, e quem ama, cuida.